Desde há 3
dias que me refugiei nas frases de um livro que me cativou, mesmo antes do ter.
Como sou de
ideias fixas, em dois dias tinha o livro nas minhas mãos, bem guardadinho como
se fosse um tesouro, que ao cobiçarem-no mo podiam esconder. Escondi-o eu!
Pergunto-me:
Porquê? Se há tanto tempo não conseguia ler um livro até ao fim, porque o faço
agora com dois livros de seguida?
Confesso que
ainda não percebi, nem nunca irei perceber. Resta-me sentir, sinto e faço-o.
Sei que é gratificante para a minha alma e aqui o tenho da cor do Sol, amarelo
e cheio de personagens onde me retrato. É a primeira vez que uma ideia fixa,
não se torna em obsessividade, antes pelo contrário sinto uma tranquilidade ao ler estas personagens.
Aleph
retrata os recantos em que me escondo, em que nunca cheguei a nascer, e quando
nasci voltei a esconder. Sinto tantas vezes os olhos inundados de lágrimas,
lágrimas que silenciam a minha dor e ao mesmo tempo a retratam. Estou como se
costuma dizer: Em estado de graça. Sinto-me leve e sem arrependimento. No
decorrer destes dois dias, a vida mostrou-me o passado, trouxe-me o passado e
sinto-me a fugir dele. Há oito dias queria a minha vida passada de volta, o
universo fez-me a vontade. Mostrou-me e fez-me sentir a sua energia. As
personagens que foram reais tornaram-se ficção, voltaram de carne e osso, para
que não restassem duvidas. Hoje com o “Sol do tarot de Sintra” na mão… Sinto-me
como se me identificasse com o que ainda não sei, mas ao mesmo tempo
adivinho que vou por aqui ficar. Se não saindo do mesmo lugar, o meu mundo de
repente se enriqueceu… O mundo nem sequer é meu… O mundo é de Deus ou de um Ser
Universal, que apesar do ver ou percepcionar , sinto-o dentro de mim. Somos criados à sua imagem e semelhança…
Basta…
Aqui já há
tanto para sentir, principalmente a minha missão. Ontem referia que nunca quis
ter filhos e verbalizei-o de uma forma diferente, sem arrependimento. Talvez
sinta um vazio… O que é este vazio?
Aleph
retrata uma parte de mim, outra parte que me resta quando me sinto judia dentro
deste corpo que não o é… Sei lá se o sou? Sei lá !!!
Numa
dualidade profunda reparo que estou aqui em reflexão… Na minha camara de
reflexão onde reina Deus e Sol e muito mais… O Sol e Ele fundem-se e deixam-me
assim a Oriente de onde estou ou a Oriente para onde vou.
Que
interessa a direcção? Se o que me arrasta é a vocação da criação que temo
destruir. De braços cruzados sobre o peito em esquadro ou sem o ser. Sinto a
medida da imensidão… As palavras, a energia de um livro que hoje me trouxe
tantos recantos e arestas deste meu pequenino eu.
Só me resta
dizer, que só por isto, já me sinto feliz… ou melhor, já me sinto sorrir
profundamente…
Vou retomar
a leitura, para mergulhar na realidade, aquela que conheço e que de lá nunca
quis sair…
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