domingo, 30 de setembro de 2012

Chinese Moon... Feliz festival do Outono...



O meu primeiro emprego foi ensinar português a alunos chineses, que trabalhavam na Embaixada da R. P. da China em Lisboa.
Assim foi ensinei desde a Sra. Embaixatriz, à consulesa,  à esposa do Sr. Conselheiro Cultural e Politico, etc.
O meu primeiro aluno foi o Sr. Xu com quem sempre mantive uma amizade e uma ternura  por ele, que bom que era ensinar quem tanto quer aprender e tanto se dedica.
Tenho tantas saudades desses tempos.
Não haviam ainda computadores a ajudar, recortava imagens dos jornais, revistas, e colava em folhas depois escrevia em português os nomes dos objectos.
Mais tarde fui convidada a trabalhar na Embaixada a tempo inteiro, aceitei.
Fui a primeira portuguesa a trabalhar ali. Trabalhei durante 10 anos  mas a determinada altura da minha vida resolvi estudar novamente, escolhi a Medicina Tradicional Chinesa e assim foi.
Entrei para a Embaixada da R. P. da China em 1992 e saí em 2002, foram 10 anos certinhos. Não conseguia conciliar as duas profissões.
Numa determinada altura desse percurso, cheguei a considerar-me chinesa, mas na verdade era uma mera ilusão... Não encaixava, quando saí voltei a sentir a minha veia portuguesa a pulsar. Fui muito feliz ali e ainda hoje me lembro todos os dias do meu trabalho para o governo chinês.
Hoje estava aqui a relembrar essa minha passagem, todas as viagens que fiz à China e lembrei-me do Moon Festival. Que se comia sempre o bolo da lua e se contemplava aquela lua tão cheia e brilhante.
Hoje sou professora de Medicina Tradicional Chinesa, na área da Tui Na e sinto que a vida apesar de dar tantas voltas me trás sempre uns momentos mágicos de ensino.
Quero agradecer tudo o que tenho vivido, transmitido e aprendido com a magia do conhecimento chinês.


Foi entre duas cordas de saber que me sentia. Ao mesmo tempo dividia-me entre Portugal e China... Ainda hoje me sinto assim como este Erhu...

Hoje festeja-se o Festival do Outono na China, come-se o Bolo da Lua e sente-se a sua alegria.


Coisas de Blogue... Da vida...

Fotos de Lurdes J

Reparei há uns dias atrás, que vinha aqui ao meu blogue e que faltava algo.
Como quando se sente um vazio e não se percebe porquê.
Estava suspensa por um fio claro e mágico, que ao mesmo tempo desaparecia e eu caía na realidade que não encontrava.
Como sempre repeti mais uma viagem de comboio, Lisboa-Cascais, e de repente olhei para a lua estava a encher, no meio de um intenso nevoeiro, senti explodir de dentro de mim, uma sensação de vazio a querer transitar. Fechei os olhos e percebi a razão porque sentia uma sensação assim. Vou ao blogue e esqueço-me de escrever. Como posso esquecer o propósito de tudo, a minha vida sempre foi vazia, sem escrita e sem música.
Como pode isto estar a acontecer? Senti-me culpada por estar assim despreocupada de tanto. Mas tenho tido outros apelos, e não tenho muito tempo para olhar a beleza do universo. Quando sinto essa necessidade, fecho-me no mundo da arte e visito-a virtualmente.
Pois é... Mas na verdade sentia-me esquisita, vinha aqui olhava para as cores da minha essência, desligava e lá ia.
Só as cores da essência, e a essência?
Estava amarfanhada de ilusões e filtros de desapego. Faz parte de tudo... O pior de tudo é quando nem sequer olhamos para quem está ao nosso lado... Também me aconteceu... E reparei que estava doente porque naquele dia olhei para tudo.
Não me sinto culpada apenas me sinto cansada...
São experiências que juntamos e acumulamos ao longo da vida.
A lua está cheia... Pois é... Sei porque a olhei naquele dia...
Estou embrulhada num mundo de ideias, que preciso concretizar e ter força anímica para continuar. Não é força, ou seja energia, para poder continuar suavemente a caminhada desta passagem.
Neste momento vive-se para uma sobrevivência no meio da crueldade que o homem traçou. A energia que deveríamos escolher seria apaziguadora, tentar buscar os valores do cultivo, da pesca, do céu...
Os valores que temos lá em cima e que não são materializados...
Estamos nós condenados a passar por isto?




Fotos de Rui T

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Voltei e adormeci no teu colo...



Sentia-me aprisionada por não ser capaz de fugir, aceitar que não sou dali.
Queria percorrer mundos e mundos e permanecer num voo infinito. Sentir-me alcançar o que nunca respeitei por alcançar. Sentir-me útil numa terra que conheço e mereço habitar. Tenho devaneios perdidos num acaso sagrado, quero partir e voltar, sem vivenciar nem o presente, nem o passado.
Hoje senti-me felizmente confrontada com uma frase mal amada, não desejada, mas que teimo em repetir, sabendo que nada tem a ver comigo. Gosto de me castigar, às vezes sinto-me perdida, mas teimo em continuar.
Sem temer tanto como o costume, atirei-me no mais profundo que acredito, mas que julgo sempre não merecer. Tento a todo custo sair dali, mas sinto sempre uma sensação de apego a algo, que nunca me fez feliz.
Não podia continuar nesta agonia, nesta escolha viciada por outros tempos, que não se identificam comigo, mas que os conheço tão bem. Um dia temos um despertar preto que daí a uns minutos se transforma na mais pura luz. E os olhos acabam por ver como florescem dentro de nós lágrimas. Foi isso que hoje senti, brotarem de dentro de mim, pedaços de memorias e de certezas que se têm de encarar e escolher.
Parece que levamos uma lavagem, numa máquina de lavar especial, onde habitam temperaturas e velocidades muito mais felizes que as maquinas habituais. É como se a dona de casa, entrasse dentro da sua máquina e a sentisse, como sente o seu próprio peito. E mais que isso a respeitasse, a seguisse, a sentisse e a transformasse na sua poltrona de luz. E essa poltrona, depois da  cansar a transportasse para um local misterioso, onde nada se prevê, mas onde mora grande parte da nossa essência. Uma essência que só pode ser feliz.
Estou a chorar, mas não de arrependimento, mas sim de tristeza, por ter de escolher, onde quero permanecer.
Batem-me à porta neste preciso momento, abro-a e vejo-te. Que alegria, parece uma janelinha do céu... Respiro ar fresco, ao mesmo tempo que me sustens no teu colo, me abraças, e pela primeira vez sinto o teu carinho, o teu amor, mais verdadeiro que nunca.
Coloco as mãos no teu pescoço e suplico-te que não me deixes, que me leves contigo. Abraças-me cada vez mais fortemente. Deitas-me nos teus braços e devolves-me à cama onde adormeci, subi e voltei. Sinto-me perdida, mas mostras-me quem de facto sou, quem tanto amou lá, ainda tem muito mais para amar.
Despeço-me envolta em lágrimas e percebo, que o medo me estava a estrangular a maior prova, a mais rica experiência, de uma plenitude tua. Tão tua como a sinto em cada respiro que dou.
Inspiro, sinto-te... expiro e adormeci tranquilamente.


domingo, 16 de setembro de 2012

Resgate, o barco que achei...





Estava a ver um barquinho que navegava sozinho. Perdeu os seus tripulantes e procurou novos viajantes para se poder regenerar.

Embalou-se nas aguas calmas do mar, onde se sente apenas o bater suave das ondas. Mostrou-se a si próprio como se fosse o espelho da transformação. Foi mesmo um sopro de ilusão, para passar a amar, quer a cor que lhe desenharam, quer a rota que lhe traçaram.
Andava por aí a admirar o céu. Achou-se preso por um cabo, um pouco arrojado, mas frio e terno na perfeição.
O barco era de madeira, é ainda de madeira empobrecida pelo sabor do tempo e das tempestades que nunca passou. Era um recanto de beleza, hoje transformou-se num piso triste e sombrio, porque deixaram do cuidar.
Enquanto passeava encontrei-o, olhou para mim, olhei para ele, ficámos à espera do primeiro pensamento. O meu foi: Que bom estares aqui para te poder admirar e concentrar-me nos teus traços.
Porque me olhas assim? Sou um barco abandonado, pois o tempo ultrapassou-me e já não sou moderno, veloz, bonito e seguro.
Gosto de ti por seres antigo, por teres sido bonito e acima de tudo foste e és o porto de segurança de tantas fantasias e de tantas loucuras inacabadas. Por tudo isto e muito mais barquinho, imagino os teus remos como braços, que têm a experiência única de abraçar o mar.
Quem me dera ser como tu, assim...
Livre,
Flutuante,
E vazio...
Vou enche-lo de mim e de ti...
Mar azul e céu azul...
Onde poisam redes de vida...
Resgate de uma vida, de uma lua e de um sol ...
Azuis
Amarelos
Brancos
Transparentes de luz...



Fotografias do Universo...

Hoje resolvi sair a meio da tarde.
Fui caminhar um pouco, desde as férias que tenho estado impossibilitada fisicamente. As minhas pernas doíam-me muito, e ainda sinto o massacre dum medicamento, que me tirou grande parte da resistência. Cada passo que dava parecia demorar uma eternidade, como sou teimosa quis continuar a tomar, ou melhor queria ficar boa depressa e fiquei depressa impossibilitada de dar passada.
Ontem comecei a tomar a fitoterapia da medicina chinesa e hoje aventurei-me e fui caminhar. Carreguei a bateria da minha máquina fotográfica e fui para Cascais.
Descobri tantas coisas belas, ruas e ruelas por onde passo e nem sequer nunca tinha olhado para elas. Coloquei a máscara da arte e olhei.
Meu Deus como tu és perfeito! Como nos destinaste uma natureza tão bela!
Tive um momento ou melhor mais que um em que me emocionei...
A energia era forte e eu não parava de olhar para o céu, para a terra e para o mar.
Interessante, quando senti que alguém me acompanhava, reparei que as pessoas que estavam por ali, tiravam também fotos aos pormenores que ia descobrindo.
Achei belo! Senti um carinho tão grande por elas, pois não disfarçavam, tiravam, sorriam e lá iam à sua próxima fotografia.
Estou contente por ter conseguido sair e ir. Por ter sujeitado a minha máquina a paisagens tão bonitas. Aproximei-me das gaivotas e senti a força que as anima.
Sou uma pessoa fracamente frágil, que ama a vida e acima de tudo se sente feliz, mesmo feliz só quando olha o mar.
Foi assim que o olhei...









































segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Trilhos escondidos pela luz...


Onde se percorrem trilhos
Nem sempre é onde se caminha em segurança
Onde se observa a verdadeira realidade
É onde paira a beleza e a leveza da cidade
Sempre que se fecham as pálpebras
Mergulha-se num profundo saber
Aquele que não foi preciso escrever
Porque se nasce habitado pela memória de ter sido...
Caminho
Fujo de mim
E lanço-me num parapeito não de uma janela
Mas de um castelo antigo
Como uma miúda foge do perigo
Porque sabe que ele existe
Porque quando está triste sente-se arrastada
E arrasta-se com ele...
Tenho a vista turva
Tenho a memória apagada...
Só me resta uma estrada
E depois aí vou luz acima...
À espera de ti...
O do reino que me habitas...
Não desistas e está
Lá e cá...
Para me protegeres...
E voltares ao encontro de outros seres que como eu
Te amam...



sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Rir... Assim...



Primeiro ria-me assim... depois...

Às vezes queremos rir e não se consegue...
Ontem foi um daqueles dias em que me senti voltar a ser
Assim...
Criança
Infantil...
Olhava para a lua e admirava-a
Falava com ela e sentia a sua energia
Aquelas palavras que costumava pronunciar
Com alguma lembrança agressiva
Agora voam de subtileza
Amar é desejar alcançar o céu e seguir o seu voar...
Bater asas e sentir que a cada batimento se renasce...
Porque se sobe e vê...
Que lá em cima não existe pasmaceira...
Existe alegria e conforto
Existem risos e risos de harmonia...
Existe uma vida que não nos castiga
Que nos faz realizar internamente...
Porque se ri sem julgar...
Porque tudo o que é, é...
Assim sinto uma vontade de rir...
Com a energia lá de cima...
Cada gargalhada ecoa pelo Universo e de certo o transforma...
O bom filho a casa retorna...
Pois é ontem retornei...
Hoje não sei...
Mas ontem foi assim...
Tão alegre...


Ontem foi assim...


Assim...

Mais assim...

E pronto a gargalhada final... De frente...  A passar filtros e linhas do blog...

Estou a puxar ao Ego... Mas não é essa a intenção, e se for paciência... Só tenho vontade de rir... rir... rir...
A cores e a preto e branco...
O verdadeiro riso não tem cor, porque se transforma e molda como uma bola de plasticina incolor...
Ganha a cor pelas mãos que a moldam...
O mesmo acontece com a fotografia... Este artista que as tirou percebe que esta foto vale mais que todas as palavras do Mundo... Porque para mim retornou-me à alegria primordial, e prolongou até hoje (já dura um dia) a alegria que sinto... E mais artista é quem de facto me ajudou a sentir assim... Só pode ser uma pessoa com uma luz imensa... Imenssisima...
Uma luz amarela fortissima e que a direccionou para ela... 
Existem momentos que nos marcam para sempre... este é um deles...
E outra pessoa que me deu uma das maiores prendas lá de cima... Uma miniatura do Harmony... Com os meus amigos luminosos ali...
Que luz...









Ilumina...


Cada dia é um novo recomeço
Cada dia que me conheço
Me surpreendo
Cada vez mais...
Tenho dias em que me sinto sorrir
Com tanta vontade
Com tanta euforia
Que me custa acreditar nesta verdade...
Sou um pouco imprevisível
Sou feliz por estar a festejar a loucura da vida.
Vejo-me a subir e a reclamar
Que quero ir
Tenho medo de chegar.
Entro em contradição...
Mas o que me ajuda é a grande verdade
Que conheço e não sei explicar
Só sei que é amar
Ir e voltar para aqui...
Hoje vi a maior luz vir
Iluminava e transformava de tal forma
Que juraria estar a cegar com tanta claridade
A grande felicidade que senti
É que consegui sentir e ver quem iluminava
E para mim é tudo o que mais posso agradecer...
A não ser ter amigos assim...
ILUMINADOS...



segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Começar de novo...

Emergi de novo para aqui.
Ai! que bom! Regressei com uma suavidade.
Ontem senti-me tão esquisita
Como se sentisse um medo profundo de andar por aqui
Não é assim tão simples vivenciar e sentir
Tanta transformação
Tanta turbulência
Tanta incerteza...
Ora que mais dá
Não controlo nada
Por mais que assim o ache
Hoje sei que nada muda
Nada se transforma só porque eu quero...
Ora estou mais tranquila
Mais segura
Porque me seguro a ti
Os pés temem caminhar
As mãos temem mexer-se
Tudo se teme e treme dentro do meu coração
Às vezes sinto-o gelado
E parece que tenho vontade do guardar assim
Porque se ausenta toda a emoção
Não se ausenta definitivamente
Bloqueia-se por uns tempos
E quando volta a descongelar lá está a emoção
Porque não tenho poder para nada
O poder que julgava possuir teima sempre em me destruir e arrasar
O que de mais puro reconheço existir no meu ser.
Ai Deus
Ai ...
Sabes tenho que falar mais contigo
Porque parece que me trazes o reconhecimento de casa
Queres e falas comigo
Mas agora tapo os ouvidos
Com medo de nada merecer...
Ego e mais ego...
Será que sou assim tão importante para não merecer...
Vitimizo-me centrando e tornando-me o centro...
Baralhada
Mas segura de tudo o que me dizes e trazes
Que loucura!
Dizer-te isto...
Antigamente auto punia-me
Achava que atingia assim a luz
Ou melhor que realçava a minha luz...
Mais mecanismos e mecanismos
Sempre inventei mecânicas de fuga...
Desde pequenina era perita nesses arranjos superfulos....
Ai ai ai...
Quando é que ganharei juízo?
Nunca...
A minha essência é a maior das loucuras...
Mais me vale brincar com ela e senti-la.
Chegou a hora de recomeçar de novo...
A tanto...
Universo infantil e básico...
Que tudo trazes e tudo dás...




domingo, 2 de setembro de 2012

Voltar à vida...


Hoje tenho estado em reflexão e li um texto que me trouxe para aqui:

Que me podes oferecer para me trazeres de novo para a vida?
Que me podes ensinar para não voltar a ter estes pensamentos recorrentes?
Caminho por uma estrada que nunca mais acaba, logo nunca consigo chegar. Porque nunca se chega, nunca se sabe onde se vai parar, tudo é uma incógnita.
As lágrimas caiem e eu não consigo erguer-me sem trazer registos passados.
Não sei quanto mais aguento por aqui, onde sopram risos e símbolos de tanta emoção. Sinto um aperto no coração e estou estatelada em frente a uma montra onde reinam reflexos de moda. O que está na moda será o que sinto? Será uma energia colectiva que me influencia e me arranca para as entranhas das profundezas.
Podes trazer-me para a vida? Podes ajudar-me a continuar nesta jornada? Podes fazer de mim um nada, para voltar a viver?
Quem pode ou não pode?
 Tu ou outra qualquer.
Estás deprimida, estás a alimentar uma energia que não é a tua. Sabes disso, pois sabes, mas não consegues sair. Dá um tempo a ti própria e agora vai e vive com toda a intensidade com que nasceste. Vais ver que também não a perdeste.
Tudo é uma mera ilusão. Nada te prende porque vives a vida que é para ti... Só e mais nada.



Quando a noite cai e não cresceste...





Lembras-te quando brincavas e aconchegavas as roupas para chegares a casa...
Meia despenteada, meia encantada com a vida de criança, sonhavas acordada ser assim feliz...
Meio estremunhada com as alienações que sofrias...
Abrias os olhos, escancaravas as palavras que nunca chegavam a soar...
Porque as controlavas com a tua experiência remota e infantil...
Tinhas um berço cor de rosa, cheio de amor e carinho. Nunca o quiseste guardar, porque dizias que eram tempos já idos. Que cada passo que se dá é um novo caminho...
Apregoavas descontentamento com o sofrimento que observavas...
Ignorantes acham que não percebes nada. Como pode isto estar a acontecer, não falo, só choro, mas por favor não me façam sofrer...
Eu não quero ouvir as vossas crianças adultas... Não quero entender o que sempre entendi.
Apetece-me fechar os olhos e adormecer para sempre a ver-te assim tão brilhante e tão amigo...
Com barbas ou sem barbas não quero ver a aparência exterior, só sentir o perfume quente que sai do teu coração. Podes tirar-me daqui? Podes?
Deixo-te de ouvir sempre que te pergunto alguma coisa...
Ultimamente é assim...
Não tiras... Nunca tiraste?
Talvez tenha que vivenciar até ao fim, o que não transformei...
Vou calçar os sapatos, buscar a mala e vou trabalhar...
Está na hora de crescer...
Porque a noite cai aqui...
Vou levar-te a passear em sonhos velozes, para a noite não demorar muito tempo...

Vai e sê feliz...

(Deixo aqui uma canção dos Quinta do Bill, que gosto muito... Enquanto escrevia este texto, estava a ouvir este "Dizer adeus"... E resolvi fazer este video rapidamente, pois no youtube não encontrei esta musica...).


Estava aqui a pensar, a sentir as saudades a chegar...
Ainda não passou muito tempo, mas existem momentos tão felizes que parecem uma eternidade o seu afastar no tempo.
Sinto-me a chorar internamente... Não estou triste, não estou contente, talvez esteja apreensiva comigo mesma.
Como poderei sentir este turbilhão em mim, de vivacidade e ao mesmo tempo de incerteza, com tantas certezas que me dás e me deleitas nessas imagens que construo internamente.
Não sei de onde vem tanta loucura e tanto amor... Um amor Universal que hoje vivêncio a cada instante... E sempre neguei a sua existência.
O mar... Ai! O Mar! É tudo para mim, é o leito de meditação onde me sento e flutuo, sentindo-me renascer...
Renovar...
A espuma que vem e se entrega às marés fugidias que temem em ficar, com receio da mão do homem, que tudo desvia e em tudo quer governar.
Reparo que estou a falar sozinha, porque ali naquele azul existem pedaços de vidas, de noites mal dormidas, de loucuras apetecidas, de tudo o que a criatividade e a experiência aviva...
Oh que pena não poder permanecer ali a regalar a alma...
A senti-la enaltecer a sua existência e a sua escolha aqui...
A luz está a invadir-me e a conchegar-me, a preparar-me para voltar...
Não sei quando volto...
Mas estou desejosa de subir para abraçar a Lua e a TI...
E ficar sepultada eternamente no mar...
Ou na estrada...
Ou num caminho que a minha alma traçou...
Estou quase a ir...
Sei que vou...