domingo, 2 de setembro de 2012

Quando a noite cai e não cresceste...





Lembras-te quando brincavas e aconchegavas as roupas para chegares a casa...
Meia despenteada, meia encantada com a vida de criança, sonhavas acordada ser assim feliz...
Meio estremunhada com as alienações que sofrias...
Abrias os olhos, escancaravas as palavras que nunca chegavam a soar...
Porque as controlavas com a tua experiência remota e infantil...
Tinhas um berço cor de rosa, cheio de amor e carinho. Nunca o quiseste guardar, porque dizias que eram tempos já idos. Que cada passo que se dá é um novo caminho...
Apregoavas descontentamento com o sofrimento que observavas...
Ignorantes acham que não percebes nada. Como pode isto estar a acontecer, não falo, só choro, mas por favor não me façam sofrer...
Eu não quero ouvir as vossas crianças adultas... Não quero entender o que sempre entendi.
Apetece-me fechar os olhos e adormecer para sempre a ver-te assim tão brilhante e tão amigo...
Com barbas ou sem barbas não quero ver a aparência exterior, só sentir o perfume quente que sai do teu coração. Podes tirar-me daqui? Podes?
Deixo-te de ouvir sempre que te pergunto alguma coisa...
Ultimamente é assim...
Não tiras... Nunca tiraste?
Talvez tenha que vivenciar até ao fim, o que não transformei...
Vou calçar os sapatos, buscar a mala e vou trabalhar...
Está na hora de crescer...
Porque a noite cai aqui...
Vou levar-te a passear em sonhos velozes, para a noite não demorar muito tempo...

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