Costumo andar a passear pelas ruas, preocupada com o que vejo, com o que sinto... Costumava… Pois desde há uns tempos para cá, que adoro subir e descer escadas, andar em ruas desconhecidas, falar com pessoas que encontro, nas vias da felicidade.
Umas vezes imagino contos de fadas, outras vezes, faço de princesa perdida, e visto-me dessa personagem para andar por aí mais à vontade.
Que bom que é imaginar, e poder realizar pequenas histórias.
Há uns tempos estava a lembrar-me de uma história que li, e que me comoveu. Pessoas que andavam completamente isoladas, por ruas despovoadas, e que muitas vezes choravam de solidão, juntaram-se. Ou melhor a vida aproximou-as, ajudou-as. Libertaram-se daquela solidão, e começaram a trocar ideias, a trocar conhecimentos, a fomentar a liberdade, a alimentar a outra forma de andar por essas ruas de saber. Investiram nelas próprias, investiram no seu amor, amor próprio e deixaram de ter tempo para futilidades, Começaram a amar-se tanto, tanto… Que acabaram por tornar a solidão mais solidária, e a vida mais bonita e a amizade, o sentimento mais puro que existe. Como fazia parte de nada, acabei por cruzar-me com elas na estrada e agarrei-me ao mais belo grupo, o meu grupo de caminhada…
Não as conheço, mas acompanho-as… Nunca estive com elas mas é como se estivesse, numa pisei aquela estrada, mas sinto-a dentro de mim… A caminhada não é aqui… é numa via tão bela que me aproxima da paisagem de um livro que uma vez li. Em sonho, tinha um ar tristonho, mas irradiava lealdade, para mim não há nada mais belo que um ser puro. Quero reavivar essa pureza, e imaginar a pureza do grupo que nunca vi.
Foi por tudo isto que me comovi…
03/09/----
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