domingo, 17 de junho de 2012

Um mão que me aconchega neste mar...


Umas gotas caiem de dentro de mim
Sinto que pertenço a ti
Mar que me agitas e me libertas
Senti que me embalo no teu leito
Sou um pequeno barco
Que navega à deriva
Foi nessa navegação que me descobri...
Descobri a melhor parte de mim
Um pouco do selvagem que escondi
Sem nunca ter a consciência que o fazia
Olho para as minhas mãos estão traçadas por cabos
Por Naus que nunca tinha visto...
Lembro-me de tanto que fugi e me enalteci
Porque o meu peito vai-se abrindo...
Rebenta e estala...
Saem farpas de mastros que estavam espetadas e amarradas em mim
Vou-me debruçar nessa proa onde adormeci
Onde vacilei com medo de ter medo de estar ali...
Hoje sinto a magia do céu e a magia do mar...
Sou tão feliz...
Ao mesmo tempo sinto-me triste...
Porque passam memórias aqui ao lado e quero agarrá-las...
Não consigo...
São subtis...
Porque são apenas memórias...
Olho para ti...
Abraças-me e entras em mim...
Tremo não pelo frio...
Mas sim porque o teu calor entra nas minhas células e liberta-as...
Limpa-as e deixa-as despertas para Amar... Para o Mar...
Navegar novamente em mim.


E agora vou passar por Sagres... Sentir a maresia em mim... Deixar-me levar por essa brisa agitada... Sem monstros desenhados pela escuridão da sombra ao luar... Sem trovoadas... Sem nada... Apenas eu e ELE...


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