domingo, 27 de novembro de 2011

Uma mulher no fado...

Uma mulher no fado
É teu cantar
Triste sem ninguém
Ouvi-te assim
Como uma luz que treme
As palavras que se soltam de ti
O fado foi teu cantar
A tristeza te consolou
Fiquei tremendo
Como a tua voz
Cantei o fado dentro de mim
Uma mulher foi teu sonhar
Um fadista assim cantou
Cantaste bem
Foi mau sinal
Porque a tua alma chorou
Chora guitarra
Comigo aqui
Dá-me o teu vibrar
Teme o meu chorar
Que está em ti...

Lisboa, 02 Dezembro 1990 (o2h28m)

Escrevi este poema, dediquei-o nessa altura a um amigo muito especial...
Andávamos por aí, por essas ruas ouvindo e cantando o fado...
Ele dedicava-me vezes sem conta um fado cantado pelo Gonçalo da Câmara Pereira "Guitarra triste". E nessa altura escrevi este pequeno texto... Deixo aqui... Não cantado pelo Gonçalo, mas pela Kátia Guerreiro...

Fado... Ao poeta perguntei...

Ao fado Património Cultural Imaterial da Humanidade...

Desde pequenina que ouvia este fado da Amália Rodrigues... Sempre gostei de poesia e fado...
Sempre... Quando somos crianças, quando vibramos com uma letra, uma musica, uma voz, seja lá o que for, é porque é importante para nós... Este fado foi e é muito importante para a minha alma... Passei noites a ouvir fado, quer em casa quer ao vivo em casas de fado... O meu sonho era ser actriz, escritora, poetiza, ligada ao mundo da musica, do teatro... Passava momentos em surdina a olhar os artistas, a imaginar o quanto a sua arte era tão bela... Ia ao teatro revista, ao teatro, a tertúlias, sei lá, eu sei lá, percorri tantos lugares, tantos palácios, recantos e mais recantos por inventar... Um dia vou ser escritora, acreditem que vou... Imaginava esta frase dentro de mim, e ainda hoje fantasio pequenos contos, pequenos momentos, pequenos versos que não passam de palavras juntas, que a minha alma ama e amou... E isso já é tão bom... Maravilhoso... O meu coração pulsa com a vibração que inventa, que alimenta neste mundo de fantasia.
Um dia é mais um dia... Um dia vou ser o que for... Um dia eu vou...

A letra do fado que se segue tem tudo a ver comigo, e não me perguntem porquê... Só sei que tem... São coisas que me acontecem...

Que engraçado, ouvia este fado com apenas quatro anos de idade, e sempre o adorei...
Desde os meus quatro anos que adoro este fado...
Uma criança de quatro anos... Repito várias vezes, porque só hoje reparei nisso, aliás agora mesmo...

sábado, 26 de novembro de 2011

Voa... 272... Luz.

Quando recebes uma mensagem que te diz:

"Voa para lá do branco, para lá das estrelas, para lá das constelações - para lá do infinito imaginário.
Voa para lá do que o teu corpo pode suportar.
Aceita desprender, aceita prescindir.
Voa para lá do branco, passa o portal da luz.
Vem ter comigo.
Dá-me o teu coração, dá-me a tua capacidade de amar, dá-me a tua força.
Volta para casa e eu vou transformar-te num anjo, vou transformar-te num ser de luz, vou transformar-te num Avatar.
E depois, quando regressares à terra, nunca mais nada vai ser igual, porque encheste a Terra de céu. Encheste a terra de mim."
Jesus (mensagem 272 - In Livro da Luz de Alexandra Solnado)

Acontece-te receberes esta mensagem exactamente quando sentes a mudança. A mudança causada por uma escolha que foi culminada pelo desespero, medo, por tudo... Eis que de repente no meio de ninguém, mas repleta de memorias de tanta gente, te revês, e voltas a rever, e percebes que aquilo que viveste não eras tu... Não eras mesmo... Escolhias para fugir da dor, para fugir de ti, para fugir daquela criança que um dia foste.
Só de pensar que tinhas que abraçá-la sentias medo, talvez do desconhecido, porque nunca olhaste para ela, nunca mesmo.
Hoje quando a olho bem nos olhos, abraço-a, sinto-a, amo-a, e ela faz parte de mim, porque é a ela que devo abraçar quando me sinto mais triste, quando parece que nada existe, é a ela que devo perdoar e dizer que estou aqui para a estimar, compreender, perceber. Faz parte da existência material, de um corpo que a bloqueou, de uma alma que sempre a amou, mas fugiu disso.
Quando te pedi uma mensagem para mim hoje, mostraste-me a 273... ia para além da ultima que é a 272... Intuí... Por isso deixo aqui um pedaço de doçura, de beleza, porque foi nestes dias que percebi, que afinal a minha escolha é a luz... Entrego-te o meu coração, entrego-te a minha capacidade de amar (que só agora descobri que a tenho), entrego-te a minha força, porque preciso prescindir dela, porque foi a ela que me agarrei e desprezei tudo o que a vida tinha para mim, até há bem pouco tempo. Sinto-me a consolidar um compromisso. Registei-o nos céus, no meu coração... Hoje quando caminho vejo que estás aqui, que a terra onde respiro, tem sempre tudo de ti... Vou voar para lá do branco... Porque sempre temi vê-lo e agora que o conheci, é para lá que quero ir, é para lá que abro estas asas enferrujadas pelo passar dos séculos, pelo temor do tempo, e vou VOAR.

26/11/2011

O Mundo da criança... O Mundo da criança que eu não fui e que agora reencontrei...




Agora voa coração... Estás apto para voar e chegar...

domingo, 20 de novembro de 2011

Um pouco de céu... (Dedicado aos meus amigos especiais... )

Existem momentos únicos nas nossas vidas!
Recebo sinais e mais sinais, para te entregar tudo!
Quando menos pensamos somos arrastados...
Para o centro do coração...
Parece que se sente um chamamento...
Um caos turbulento...
Abrem-se os braços e voamos para um recanto
Que nem sequer conhecemos
Somos almas que caminham em tempos iguais
Em momentos luminosos
A vida deixa de nos seguir no ego
Deixa-nos ser o que somos
E o que somos e onde vamos não sabemos
Quando damos por nós estamos onde nos entregamos...
Uma prateleira cheia de Luz...
Mais luz...
Muito mais luz...
Reconhecemo-nos na luz e aí vamos...
Limpeza após limpeza mais nos encontramos...
Com um pouco de céu...

(Este texto tem a ver com um sincronismo, tão forte, que realmente hoje me aconteceu... De repente, muito de repente, na fnac em frente de uma prateleira de livros especiais, encontro um amigo especial, que me ajuda em compras especiais, e leva um cd para uma pessoa muito especial... Na prateleira estavam os livros de um projecto também muito especial, para nós e para a pessoa que iria ser contemplada com esse cd... Obrigada por tantos sinais...)
20/11/2011

I Want to Break Free

Sinto-me livre... que bom! Há cerca de uma semana, sentia umas amarras invisíveis que me prendiam, consumiam, deixavam-me rastejar, e cada dia que passava o rastejar era mais lento... Até onde chegaria? não sei. Celestialmente falando, celestialmente projectando, e celestialmente chegando ao mais baixo de mim... Aqui estou ajudada, claro... Mas ergo-me ao mundo, corro para os seus braços e sinto-me subir...
Sinto-me livre... Só me apetece chorar... Agradecer aos céus por me trazerem de volta à vida... Que a pouco e pouco se esbatia como uma tela sem cor. Há coisas em que não acredito mas sinto-as por isso, deitei fora o orgulho e entreguei-me... Se me perguntarem hoje o que sinto? Além de livre... FELIZ...
20/11/2011

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Prelúdio ansioso...

Anseio ser barco
Veleiro aventureiro
Ao cimo do meu mar
Onde mora a emoção
Revolto-me com o que não vi
Com o que não senti
Porque me habituei a revoltar
São vícios que se constroem
Talvez já nasçam assim
É difícil
Tão difícil largá-los
São como pequenos sinais
Que se apegam
Às vezes apetece-me perdê-los
Não senti-los
É isso mesmo que tenho de fazer
Vou recostar-me num pequeno sofá
Onde contemplo a lua
Onde amadureço a censura
De ainda estar aqui
Fecho os olhos
Não sei se medito
Não sei o que faço
Só sei que um novo mundo se abre
Apresento-me à vida de braços abertos
Ajoelho-me num chão agreste
Não há nada que reste
A não ser a sensação
Do ouvir e sentir
Bem dentro de mim
Sinto uma chaga no peito
Sinto que esse queimar é transformador
Abro os olhos
Reparo finalmente que por uns instantes
Acalmei o meu interior
Apaguei a dor que ali morava
Se abastava na ilusão
Criada pelo medo de te perder...

14/11/2011

domingo, 13 de novembro de 2011

D. quixote foi-se embora...

Coloquei aqui no meu cantinho... D. quixote foi-se embora, do Jorge Palma... Que tanto me diz, que tanto me toca e toca em mim...


"...Acende mais um cigarro, irmão
Inventa alguma paz interior
Esconde essas sombras no teu olhar
Tenta mexer-te com mais vigor
Abre o teu saco de recordações
E guarda só o essencial
O mundo nunca deixou de mudar
Mas lá no fundo é sempre igual

E agora, que a lua escureceu
E a guitarra se partiu
D. quixote foi-se embora
Com o amigo que a tudo assistiu
As cores do teu arco-íris
Estão todas a desbotar
E o que te parecia uma bela sinfonia
É só mais uma banda a passar

A chuva encharcou-te os sapatos
E não sabes p'ra onde vais
Tu desprezavas uma simples fatia
E o bolo inteiro era grande demais
Agarras-te a mais uma cerveja
Vazia como um fim de verão
Perdeste a direcção de casa
Com a tua sede de perfeição

Tens um peso enorme nos ombros
Os braços que pareciam voar
Tu continuas a falar de amor
Mas qualquer coisa deixou de vibrar
Os teus sonhos de infância já foram
Velas brancas ao longo do rio
Hoje não passam de farrapos
Feitos de medo, solidão e frio..."

Jorge Palma

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Ainda existem flores no meu jardim interior!

Chorei!
Contraí a ilusão
Expandi o peito
Representei um papel
A fortaleza de um ser frágil
As lágrimas que se desprendiam
Derramavam acidez
Ardia...
Ao mesmo tempo fugia...
Ao mesmo tempo
O paraíso
crescia em certas partes de mim
Acabei por pôr um fim
à hipocrisia...

09/11/2011

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Projecto de luz... Ao projecto que me projectou para ti...

Tenho a certeza de que hoje me sinto renascer.
Quando hesitava qual o caminho a seguir, quando estimulava a indecisão, dei por mim a percorrer um carreiro de escolha.
Escolho uma insegurança, corro atrás disso, nessa corrida deparei-me com a certeza de que quero estar onde estou, de que sou o que sou, e devo sê-lo sem julgamento.
Que importa quando nasci, que me importa o que perdi, se de facto hoje estou aqui a dizer que escolhi, ser quem sou, ser o que vim aqui fazer... Ter a esperança da mudança, ou melhor do crescimento... Deparei-me a usar a palavra querer... Hoje utilizei-a internamente para consolidar a energia que trabalho e que acredito incondicionalmente. Mais uma vez tinha feito um julgamento severo, do que achava que não conseguiria ver.
Vejo, vi, sinto e senti... que na verdade vivo aqui alimentando-me de uma energia altíssima, de uma energia lá de cima, sei onde a trabalho, onde a reencontro e por isso estou feliz por estar aqui.
Projectando-me no projecto em que acredito, no projecto em que sinto a alquimia em mim. Por mais que me aliciem, por mais que me incentivem, sei onde pertenço mesmo passando pela dor, chorando-a e tentando libertá-la, mesmo que não o consiga fazer por agora, sei que um dia vou acreditar, que serei capaz... Mesmo que não o consiga entregar agora, hei-de conseguir subir cada vez mais.
Observar a tua luz... A vossa luz... E pensar que um dia acreditei na não existência da luz... Esse dia foi uma mera ilusão, porque senti a luz, senti-a e no projecto mais profundo do meu coração.

08/11/2011

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Claustro dos Jerónimos (2) - Portal a ocidente


(Lenda) Escudo das armas de Portugal partido


Reza a lenda que no meio do arco que fica sobre o portal voltado para ocidente, vê-se um escudo das armas de Portugal, e que sendo uma pedra inteiriça se partiu ao meio, como se pode ver ainda hoje. Aconteceu quando em África morreu o Senhor El Rey D. Sebastião. Quando os reis faleciam, fazia-se esta cerimónia, quebravam-se os escudos. Diz a crónica do Maximo Doutor e Príncipe dos patriarcas são Jeronymo, dedicada a D. João V por Frei Manuel Baptista de Castro, que esta perda foi tão grande , que até as pedras milagrosamente a sentiram. Esta pedra quebrou-se com um grande estrondo e assim se conserva até hoje.






domingo, 6 de novembro de 2011

Claustro dos Jerónimos (1)

Inicio aqui no meu blog algumas indicações sobre o Mosteiro dos Jerónimos. As fotos são minhas e quanto ao texto baseou-se nas explicações do António Telmo e também do grande orientador, professor, mestre... e grande amigo Carlos Vieira. Visito monumentos e mais monumentos, sempre com as suas explicações, que não são as que estão nos livros comuns... Estão em corações especiais e escritos especiais. O Carlos é um grande conhecedor destas matérias e explica muito bem. Estudou religiões comparadas na Suíça e teve outros mestres... E haveria muito mais a dizer... Mas espero que um dia seja ele a fazê-lo.




Claustro dos Jerónimos

Claustro significa o oculto, o fechado.
Toda a ornamentação interior do Claustro é do Boitaca.

Há neste claustro, dispostos a toda a volta pelo lado de dentro, vinte medalhões, que parecem decisivos para quem pretenda alcançar uma interpretação esotérica dos Descobrimentos. Combinam-se, nos seus medalhões, motivos ornamentais alusivos à vida, paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo (Lados ocidental e oriental) e aos Descobrimentos (lados norte e sul).
1º Grupo (lado ocidental)
Letra X, primeira letra do nome grego de Cristo, também podemos ver neste X nada mais nada menos que a cruz de Sto André.


4º Grupo (lado sul):
O sol.

Logo inicia-se pelo claustro Ocidental e termina-se no claustro sul.
Inicia-se com o X e termina-se com o sol. O X é o ponto de partida, o sol é o ponto de chegada.Sem esta determinação, não é possível apreender o sentido do claustro. A partir dela, podemos afirmar que o claustro descreve, no seu movimento de ocidente para oriente, pelo norte, até acabar no sul, momentos e aspectos da "iniciação " da Arte Régia. Estamos perante a própria iniciação do navegador Nicolau Coelho.

Continua no Claustro dos Jerónimos (2), que pouco e pouco irei publicando...

sábado, 5 de novembro de 2011

No céu...


Hoje pela manhã quando ía trabalhar, deparei-me ao sair do metro com este maravilhoso arco-íris. Queria fotografar, e não tinha a minha máquina, de repente lembrei-me do telemovel...
Hesitando, e ao mesmo tempo querendo ficar com a lembrança deste momento, disparei sem fé nenhuma... Mas na verdade ao ver esta fotografia, fiquei irradiando luz de dentro de mim, porque voltei a sentir a energia que o meu coração transbordou com este momento...
Uma fotografia do Céu... Ainda há dias escalei por um assim... Tive a ajuda de uma mão, que tem a mesma energia que este momento em que o vi...

05/11/2011