Anseio ser barco
Veleiro aventureiro
Ao cimo do meu mar
Onde mora a emoção
Revolto-me com o que não vi
Com o que não senti
Porque me habituei a revoltar
São vícios que se constroem
Talvez já nasçam assim
É difícil
Tão difícil largá-los
São como pequenos sinais
Que se apegam
Às vezes apetece-me perdê-los
Não senti-los
É isso mesmo que tenho de fazer
Vou recostar-me num pequeno sofá
Onde contemplo a lua
Onde amadureço a censura
De ainda estar aqui
Fecho os olhos
Não sei se medito
Não sei o que faço
Só sei que um novo mundo se abre
Apresento-me à vida de braços abertos
Ajoelho-me num chão agreste
Não há nada que reste
A não ser a sensação
Do ouvir e sentir
Bem dentro de mim
Sinto uma chaga no peito
Sinto que esse queimar é transformador
Abro os olhos
Reparo finalmente que por uns instantes
Acalmei o meu interior
Apaguei a dor que ali morava
Se abastava na ilusão
Criada pelo medo de te perder...
14/11/2011
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