domingo, 16 de dezembro de 2012

Gitans...


Como Ciganos, como anjos, como homem e mulher, como luz, como malabaristas,  trapezistas, palhaços,  as nossas almas são assim livres...

( O meu anjinho da guarda é assim com essa vozinha com que este video inicia, sabes  foi ele que me acompanhou em todo este processo de amor incondicional)...


Queria fazer tanta coisa, tanto por fazer, que me sentei a reflectir sobre nada. Triste por ter despertado em mim a nostalgia do passado. Conheci os amigos mais incríveis, conheci a família que tanto amo e procuro-te intensamente por entre aqueles em que não estás. Sei quem tu és, o que foste para mim, o que combinámos e inibo-me de te dizer. Uma voz ressoa em mim, diz-me: - Não vale a pena... Pois não... Reparas que existo, que estou tranquila, que choro, que me escondo, que me aproximo e que te admiro cada vez mais como alma. Tudo isto foi-me mostrado, foi-me animado por imagens que constróis tão belas e tão serenas.
Se sonhas eu sei, se choras eu sinto e corro num sonho para te acariciar as lágrimas, como sempre te fiz. Conheço-te tão bem, salvaste-me do desespero da solidão, deste-me a mão e caminhaste comigo vidas e vidas.
As vidas todas de um amor incrível  em conjunto, na perfeita companhia. Estiveste a meditar comigo naquela igrejinha em Itália, de mão dada por entre o entardecer  porque jamais poderiam desconfiar que tu eras a minha doce paixão além de Deus. Cumprias a tua missão e eu a minha. Vivíamos em conventos diferentes, com ideais de amor iguais. Eras o padre mais conhecido e mais rebelde e eu freira estática e severa, com medo da loucura do amor. Ainda hoje oiço os cavalos a caminhar, denunciando a tua chegada a tua partida. Partíamos sem saber destino a Espanha, onde apregoávamos um amor interior. Nunca terias inventado um mundo teatral, se não vivesses um teatro ideal, aquele que foi vezes sem conta reinventado nos nossos corações.
Fomos ciganos, fomos casados numa loucura intensa, fomos tanto que te poderia contar passo a passo cada vida. Para quê???
Se escolheste ser outro ou aquele que sente a fuga, o escape da vida sem nunca saber a razão. Continuo aqui em reflexão à espera que um sinal defina a nossa razão, e te mostre que estou aqui nesta vida à tua espera. Sabes resolvi mesmo esperar...
Mesmo que tenha de transitar para a outra vida...
Continuo à tua espera com esta caravana ambulante, com uma sina por desvendar, continuo aqui como uma cigana à espera de te encantar.

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