domingo, 29 de janeiro de 2012

Ontem perdi-me outra vez...



Quando pensava que tudo se apaziguava dentro de mim, enganei-me...
Deve fazer parte da vida espiritual, uns dias puxamos o que nos dá mais jeito, e no meu caso sai muitas vezes disparate. Escolho o que é fácil, mas não é bom para mim, ou melhor para a minha alma. Iludi-me com histórias do passado, sentimentos que voltaram, com um ego fortíssimo, achei que estava preparada para tudo. Mas no momento mais difícil, puxei o mais fácil... Só que em vez de me deixar ficar quieta, a pedir para o mais alto de mim se manifestar, não o fiz... Envolvi-me no meio de uma raiva que não se ouvia, não se manifestava, mas destruía-me internamente. Só eu a ouvi, só eu a senti. Ao mesmo tempo queria agarrar-me ao passado, mas fiquei perdida, já não o conhecia, já não condizia comigo. E agora? Dentro de mim manifestava-se a tristeza, e chorei, mas o meu coração estava estranho, como que pesado... Era o mesmo coração que eu chamava no passado... olhei para a lua, e não conseguia vê-la clara, olhei para o sol... Já não podia estar no céu, era noite... E agora... agora...
Sentei-me num cantinho de mim, mas repleto de tanta gente, como filha unica, habituei-me a isolar-me no meio das pessoas... Imaginei o sol, e agarrei-o bem forte... Pedi ajuda aos céus... E senti saudades, muitas saudades do que fui primordialmente... Mas escolhi vir aqui assim... Ontem até me esqueci que a escolha foi minha... Teve que me ser relembrada por uma pessoa muito especial. Agora ponho o orgulho de lado e peço ajuda. Este é um passo gigante na minha vida. Pois antigamente fechava-me e não olhava nada, nem ouvia nada, ficava perdida de mim. Olhava para a vida e esquecia-me que era eu que estava ali...
Pois é...
Realmente estamos sempre a ser postas à prova... E ontem fui posta outra vez... E muitas mais vezes hei-de ser... Só peço é que nunca me esqueça de chamar o melhor de mim... Porque esse melhor que eu sou, só há pouco o conheci, ou melhor o identifiquei...
Pedaços de mim que aqui ficam... Para que nunca me esqueça que quando se fecha uma porta abrem-se outras muito maiores e em grande número...
Só preciso não esquecer é que sou da luz... E ás vezes sofro de uma amnésia aguda, que me faz tanto mal...
Mas não deixa sequelas... E os sintomas que ficam, são a vontade de vos abraçar... Porque tenho tantas saudades vossas... Tanta saudades de casa... Tantas...

(Este texto é dedicado a uma amiga muito especial que me tem ajudado na minha caminhada de aprender a ver e a sentir que sentia e fugia para não sentir... Obrigada Lena)

2 comentários:

  1. Ai Lurdes, que bom conseguires sentir tudo isso...
    E passares para o lado de fora, o mais visível dos lados por enquanto, para a maioria de nós...
    Consegues transmitir que algo de bom, de muito bom existe para além do que vemos com os olhos abertos, talvez a frase mais acertada seja com os olhos fechados... pois quando queremos ver, vemos...
    Fico imensamente feliz por assistir a tão grande transformação em ti... por estares aqui a transcrever o teu processo... no caminho da origem... da grande Luz.
    Um grande beijo e... também eu sinto muitas saudades de casa... de todos nós.
    PQ

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    1. Obrigada Pedro pelas tuas palavras...
      Pois é escrevo um pouco do que vivêncio, pois tenho aprendido tanto comigo, e com todos os meus amigos... Vamos transmitindo uns aos outros e assim não nos achamos sós, e loucos... Porque ás vezes pensamos que somos seres únicos, no sofrimento, no processo... E muitas das vezes isso aconteceu comigo...
      Como este é o meu cantinho, aqui deixo um pouco de mim...
      E ás vezes as saudades apertam, muitas das vezes para me distrair de mim...
      Bj mto gd
      Lurdes JC

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