domingo, 27 de maio de 2012

Acabei por ficar...

Como estás?
Quem me dera saber responder.
Sei que estou
Ainda me mexo
Ainda permaneço mesmo com medo
Não me sai da cabeça
Martela-me internamente
Uma frase que uma amiga me diz tantas vezes:
- Vai com medo e tudo!
Vou?
Com muito medo
Sentindo que a cada segundo me apago
Abro os olhos porque o faço mecanicamente
Sei que o meu coração sente qualquer coisa
Ou muitas coisas
Não posso quantificar
Nem qualificar
Porque não me lembro de nada
A cada momento que vivo
Tudo se apaga e esquece
Vivo
Porque ainda devo ter que cumprir uma missão
Porque me sinto a dar um salto
Talvez para a vida
Mas que vida?
Esta?
A outra?
Nada disso tem importância
Tenho-me sentido feliz
Sem capacidade para demonstrar essa felicidade...
Sinto-a...
Palpita-me que está a chegar a mudança
Não sei qual é
Se soubesse já não era igual
Vivo num mundo preenchido
Apesar de sentir o vazio em mim
Somatizo tudo!!!
Será?
Não sei
Só sei que cada parte do meu corpo
Dá-me um sinal
Olhei para o lápis com que escrevo
"Faire un petite voyage"
Sim...
Vou fazer...
Que mais me pede a minha essência?
Não a sinto
Não a escuto
Vive em surdina
Desde há uns dias para cá
Por um lado sinto-a feliz
É isso que me faz estar aqui
Porque
Como não sinto?
Acabei de me contradizer
Uma parte é da essência
Outra não é
A dualidade habita em mim
Em todos nós
Tudo é dual
Dói-me tudo
Uma parte de mim nem a sinto
Estou a perder a voz
Não sei o que me resta
Atingi o limite do que pedi lá acima
Estou com um pé cá em baixo
E outro lá
Tenho esta percepção
Vaga
Serena e ao mesmo tempo perturbada
Tenho saudades do descanso
Tenho saudades de ti
Abraças-me
Sinto o teu abraço
Mas não é a mesma coisa
Não é mesmo...
Não te posso pedir que me leves contigo
Quem sou eu para retirar a minha vida
O que me foi traçado
As minhas escolhas têm sido constantes
Não perfeitas ou imperfeitas
São escolhas...
Não consigo escolher
Que bom!
Acabaram de me tirar o consigo
O não consigo
Não me deixar ir
Vou...
Com dor
Sofrimento físico
E felicidade interior
Que bom é sentir-te
Olhar-te
Deixar-te guiar-me a mão
Porque ando cega de tudo...
Ando cega de mim...

10 Maio 2012





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