Escrevo um pouco a medo...
Quero deixar um pequeno testemunho de tristeza e um certo alivio, por poder expressar que bom que é poder-me ajudar.
A vida anda a baralhar-me, brinca comigo às escondidas, imagina-me a fazer faz de conta, de contas que nunca deitei à vida. Às vezes parece tão fácil caminhar por estradas desconhecidas, outras vezes lanço-me a correr desalmadamente, mesmo sem conseguir tropeçar e ao chegar ao final, não está ninguém de braços abertos, está apenas o vazio. Se está, já não sei, será que me conforta tê-lo ali?
O vazio é uma armadilha, pois tanto pode trazer-nos a novidade de uma nova vida, como podemos mergulhar nele e permanecermos ali infinitamente.
Às vezes nasce em mim uma sensação, de estar a falar contigo, ir acompanhada, de braços semi-abertos e tu não estares. Talvez estejas e tenho a sensação que não me queres ver. Que existem várias vibrações energéticas e que existe uma, com a qual não te queres comprometer. Conheces, estás ali e não interferes. Sinto um tipo de recalcamento da alma, a alma contacta com a alma, numa vibração distante e tão próxima. Não existe palavra, apenas um sinal sigiloso, que por ser tão subtil, não tenho capacidade para o receber e percepcionar.
Ando a caminhar numa vibração um pouco assim, liberta no Universo, mas proibida de ser falada, de ser sentida, mas dão-me a percepção da sua existência. Respeito o que o Universo me dá e me comunica, como ser humano que sou, quero sempre mais. Mas porque utilizo a palavra quero, que poder tenho eu, nenhum... Mas caminho cá em baixo num tempo que me retém e me mostra o quanto os bloqueios nos consomem a energia. Páram-na e desgastam-na...
Talvez seja essa a sensação que não deva sentir. E porque tenho que dever. Este é um mundo complicado, ao qual não posso aceder, pelo menos por enquanto. Tudo é tão real e tão longínquo.
Seja o que for... Sinto desconforto...
Como um barco que chega ao seu porto e ele não existe... Foi mera ilusão aqui...
08/07/2012
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