terça-feira, 30 de agosto de 2011

Leito de sonhos que vão...

Quando me deito e acordo
Após ter vivido desesperadamente
Uma vida nocturna
Sem saber por onde andei
Por onde vagueei
Onde não adormeci
Vi-te a um canto de um abrigo
Onde reinava a insegurança
Avistava ao longe uma fila de vagabundos
Discutiam o porquê de estar ali...
Tentei aproximar-me
Havia um escudo
Como que impedindo a minha entrada
A minha passagem
Implorei ao céu
Que me levasse
Não sei bem para onde?
Se para o meu Eu
Se para o lugar por onde sempre caminhei
E que não me pertencia
De repente
O terreno tornou-se lamacento
Negro e sentia-me atolada
Até ao limite da resistência
Pedi ao ser que me abraçava
Que me desse um sinal
Do mundo onde navegava
Se me perdia
Ou se me achava
No meio da noite
Uma voz falou comigo
Disse-me:
Traz-me a segurança
Traz-me a lembrança
Da tua vida passada
Fiquei chocada
Lembro-me de ter caído
No meio do nada
Agarrada
Ao que Deus me concedeu
Agora...
Vi-me novamente a viver
A crescer
No meio do sofrimento
Acordei ou não?
Não sei...
Tinha uma pétala ao meu lado
Soprei-a e ela ali ficou...
Como uma lágrima que se desprendeu
Do âmago do meu ser...
Para nunca mais me deixar
Com pensamentos antagónicos a viver...

30/08/2011





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