A minha essência tem cor... Descobri há bem pouco tempo, que se apagava aos poucos... Resolvi conversar com ela, senti-la e pedir-lhe se me ajudava... Não me respondeu. Fiquei triste... Continuei triste... ela ria-se, ria-se... Não me ajudas! Não me respondes!
Já um pouco no seu extremo, disse-me: Já me sentiste? Já? Se me sentires e deixares de me ouvir... Escutarás a voz do coração... Ela tem razão, muita razão... Vou entregar-me à emoção...
Sinto um cansaço. Um cansaço livre do cansaço passado.
Se tivesse asas estaria a guardá-las para não as abrir hoje.
Tenho que me recatar um pouco. Parar de achar que aguento, na verdade aguento mas já não dá.
Vou sentar-me no meu quarto a relembrar que afinal quando sonhava sair da infelicidade, chorava, tinha a certeza que algum dia iria, que tinha mesmo que ir rumo a ela. Sim a ela, a felicidade que procuro. Às vezes dava passos em volta, tornava a dar e acabava por nunca parar.
Não paro nem deixo de parar, apenas sei que vou continuar o meu caminho, em busca de tanto, porque a insatisfação faz-me continuar.
Hoje agradeço-me ser carneiro e estar aqui, a observar-me nesta mudança, partir para uma nova vibração.
Esta...
Que bom descansar assim no peito, no ombro, arrefecer a ira que muitas vezes vem, com medo de sofrer.
Há uns dias que me sinto mudar, talvez a querer relaxar, sem me deixar querer.
Se não fosse o medo de perder, o medo de sofrer, o medo da rejeição, tudo seria mais leve. Mas leveza não é sinonimo de evolução.
Por isso vou construir castelos no ar, que só lá em cima sabem se vão concretizá-los.
Abrir o coração e amar, já é tanto, tanto para te poder dizer que na verdade grande verdade, acabo por aceitar. Procuro-te príncipe encantado, aparece porque sei que moras aqui... Ou em qualquer lado...
Recebi mais um dia na minha vida.
Cada dia é uma nova prenda que me alegra e me diz: Que bom estar aqui.
Os dias têm cores, sons e sabores. São dias assim que nos marcam e nos ajudam a crescer.
Ontem foi um dia com um começo especial no dia de hoje.
Os dias são pequenos retalhos que nos ajudam a construir autobiografias em folhas de papel pintadas em corações.
Raios de luz que passam por janelas invisíveis e que ao longe se tornam num passado bem certeiro.
Quem me dera um dia pegar num pincel e imaginar-me a pintar cores feitas por mim.
As cores de que sempre fugi. O branco que hoje deu passagem ao sonho azul. O preto que caiu e continuará a cair até se cansar de mim.
Por tudo isto existem dias bonitos... Como este assim...
O tempo estava sombrio, chovia e aproximava-se a hora de ir...
Fui...
Aproximei-me de mim e vi-me de uma outra dimensão. Não era só eu que estava ali, estavam outros que outrora conheci e nunca mais os lá vi. Vieram para conversar, conversavam comigo há muito tempo, mesmo muito. A tal ponto que me julgava eles.
Não o sou.
Estou contente por me ter comprometido e assumido como o ser que sou...
Como todos somos, seres de luz.
Existem dias ou momentos que nos ficam nas células registados e hoje foi um deles.
Se duvidei inconscientemente que não via a luz, neste momento já não posso duvidar, porque me sinto transformada por ela. Por tudo o que a vida me deu, sinto-me muito feliz.
A felicidade habita no meu coração, sentir este tipo de felicidade é entregar-me à confiança de uma protecção que só a fé a conhece.
A fé de que fazem o que é melhor para mim e porque não entrego tudo?
Porque quero controlar...
Quantas vezes digo: Quero?
Vezes sem conta e porque fazia eu de conta que não dizia... porque queria controle e fugia do desconforto...
Até na minha profissão tenho sido inspirada e nunca tinha percebido nada... Só sentia com o coração, e porque senti e não racionalizei nem controlei, por tudo isto continuo na minha missão tão grata e tão bela de realizar a sabedoria.
Uma sabedoria que se foi ascendendo até à sua origem. Os Mestres que me iluminam e me ensinam a cada momento, a cada hora são a maior inspiração que se pode ter e sentir.
Quem me dá a boleia lá para cima e fomenta a minha viagem e a guia, é uma das pessoas que mais reconheço aqui e que chamo porque sinto: A minha maninha...
Se não fossem as boleias da minha maninha de certeza não estaria aqui a escrever o que sinto...
E se sinto tanto é porque este tanto neste momento é a dose certa para mim...
Vim aqui de fugida. Estava com saudades desta partilha. Acabei por não partilhar nada de especial. Vou-me sentar um pouquinho, olhar o infinito e dentro dele me encontrar.
Estranho sentir o silencio aproximar-se do meu corpo vazio. Mergulham estrelas que me ajudam a velejar por um corpo sem mar. Aqui poisam dunas de monotonia. Não conheço o deserto, mas sinto-o aqui em mim.
Fecho os olhos, reparo que a minha alma está feliz. Talvez seja o meu tão viciado ego a achar. Vou por aí encontrando uma só palavra, na tua canção, aquela que ainda está para vir... O dia em que a pintares e cantares num palco só para mim.
Vou entrar em meditação profunda, durante uns dias.
Sinto que tenho que descansar, porque tudo está a mudar.
O céu abre-se com a sua beleza, canaliza-me uma luz celestial, para que me banhe nas suas águas, talvez como se fosse um banho iniciático.
Um novo começo aqui nesta nova vibração, que o universo nos está a propor.
Estava à pouco a fazer uma retrospecção de vida, e desta vida pouco me lembrava. Vinham-me ao pensamento, pensamentos recorrentes. Aqui onde estás não existe essa loucura da concorrência humana. Cada luz brilha à sua maneira, a vibração é leve, muitos leves tornam-se subtis. A subtileza da alma que vais passar a conhecer e a vivenciar, faz parte de uma dimensão, onde reinava a felicidade. Vai para a frente e observa: Quando foi que a transformaste? Aqui na terra, claro, mas em que vida, em que situação?
Apetece-me fechar os olhos e escutar essa vibração, em que me deixei ir, numa ilusão de ter uma vida fácil.
Quando a experienciei pela primeira vez, o meu corpo enfraqueceu... Tornou-se rebelde, raivoso e manipulador à custa de muita experiência de vida, de muito cuidado em pensar.
Só que depois de tanto ter sofrido, vou caminhando em frente, usando os mesmos pés, os mesmos passos, para pisar o mesmo caminho, mas numa viagem leve, com um coração aberto à luz. Procurar reanimar a vivacidade da minha essência correr atrás dela e deixá-la saltar como uma bola de energia, daquelas que nascem em cada gesto, em cada acção, em cada suspiro do coração.
Vou sem correr, sem pressa de chegar, vou a pular de emoção. Tenho a intenção de permanecer algum tempo ali naquele recanto de repouso, fechar os olhos e agradecer a abertura física de recebimento e a vontade de devolver a magia das estrelas.
Recolho-me e protejo o meu Eu mais luminoso, o mais que sou...
Porque a luz é um sol que se alimenta com a magia dos próprios raios. E desses raios nascem filhos que vêm fomentar a transmutação, para uma nova luz, uma nova Era, que era aquela em que um dia fui feliz.
Nem sei se começo ou termino...
Tenho uma vontade incrível de vir aqui, sentar-me a relaxar...
Longe de tudo e todos, em plena reflexão... Procurando o vazio em mim.
Como se fizesse o reset de tudo o que construí em tempos vãos.
Tudo o que jurei não fazer, agora faço.
Não tem nenhuma importância, a vida vai-nos transformando, levando os medos com alguns receios de permanecerem.
Tudo à minha volta está em constante transformação. Vou mesmo ter que meditar para me acertar com o coração, que não pára de bater, mas de uma forma tão diferente. Como se desse passos de alegria, de uma criança super animada, agradecendo ao céu o ter encontrado outras pessoas nesta caminhada.
Precisava de acordar de novo para a vida, encontrar novas afectividades, novas fronteiras, para as ultrapassar sem nunca as ter conhecido.
Um dia tinha que quebrar dogmas, que nunca me trouxeram felicidade. Hoje estou aqui nesta meditação e nem me consigo concentrar, porque se forma uma imagem que me rebela o coração.
Lá fora oiço a vida acontecer, mas prefiro ficar aqui a sentir o quentinho do meu sangue a ferver de amor... Que seria do sol sem o amor universal? Nem sequer repararia que ele estava aqui... E o resto, tudo?
Ah! Já percebi que me atormentava esta solidão, porque fugia de me entregar à fragilidade que sou.
Tenho medo, muito medo... Sempre tive e continuei.
Se sou o que sou foi porque continuei com medo e tudo.
Aí vou...
Rumo ao arco-íris da minha essência...
Depois de muito me retrair, resolvi ou melhor senti que me podia entregar à confidencia do que sou.
Tal como historias que se contam às crianças, acabei por vir aqui e sentar-me a descansar, enquanto se forma uma história dentro de mim.
Dou aulas, pois dou...
Nunca me vi sentada do lado de lá, a escutar-me atentamente.
Que energia dispara das minhas palavras, dos meus gestos, da minha fragilidade?
Nunca tinha pensado nisso, pois a professora não tem tempo, para se admirar com ela própria.
Hoje resolvi tirar uns dias de ferias, e sentar-me na cadeira da sala de aula.
Entra-se, prepara-se de imediato a marquesa e sem grande barulho começa-se a massagem. Isto é o que a professora refere sempre nas suas aulas, mas como aluna, esqueci-me.
Sentei-me e dei por mim a viajar, que pena, não viajei na matéria, viajei na vida da professora. Bem vou-me entregar, ela é tão directa, que se eu bloquear, vai notar e não vale a pena esconder-me.
Inicia por dar umas palavras de conforto, depois esquece-se e lá começa, a ditar uns exercícios de Qigong. Enquanto isto decorre, prepara a musica que raramente lhe obedece... Mas consegue...
A musica vai mudando, conforme se sente.
Levanto-me e abro os braços, inspiro a energia do céu...
Ela pergunta: - Quantas vezes inspiramos a energia do céu?
Todos os alunos respondem: - Nove vezes.
- Isso mesmo!
Ficou contente, que bom!
Desloca-se de um lado para o outro.
Está atenta aos pormenores e vai dizendo:
- Relaxem os ombros.
Termina e pede de imediato o material:
- Pano de massagem, almofada, e principalmente o conhecimento das manipulações, pontos de acupunctura e meridianos implicados.
- Façam diagnostico, escolham as técnicas adequadas, e não se esqueçam: a Tuina não são gestos feitos à toa. Sabem porquê?
- Porque isso não é tuina.
Depois lá sorri, caminha atenta e eu acho-a diferente... Como se se transfigurasse num ser que só vê energia, mãos e Medicina Chinesa.
A meio de um sorriso, revela isso mesmo.
É muito exigente, porque vamos trabalhar a sério a seguir e tem toda a razão.
De vez em quando leva a maquina, fotografa, filma, sempre numa perspectiva estranha. Nunca a percebi, acho que ela também não.
Parece que me despe internamente com todo o seu diagnostico emocional.
Começo a pensar que hoje não escapo, não escapei, porque não escapa ninguém às suas mãos.
Olho-me de alto a baixo, para ver se estou composta, toda vestida, até às orelhas porque essa, é condição obrigatória nas aulas.
E agora repete-se:
- Cortaram as unhas? Cortaram? Tiraram o verniz? Pulseiras?
Respondemos que sim, e um colega pede desculpa porque se esqueceu de tirar a aliança, ou esqueceu o pano.
- Isto não pode ser... Não pode mesmo ser... Ouviram bem?
Começo a sentir a sua energia, inquietante e tranquila ao mesmo tempo.
Passa, toca, ensina e ao passar estende um ramo de saber...
Ao puxar por nós, puxa por si...
A temperatura da sala aumenta, começamos a transpirar, a ganhar animo, a dar o nosso melhor.
Depois da esfrega final, saímos mais enriquecidos por tanto nos ter doído, por tanto nos ter corrigido, mas sinto-me feliz.
Francamente segura.
A minha professora conhece-me por dentro e por fora, sabe como a imito e reconheço.
A minha professora Sou Eu...
Terminou mais um dia...
Desde manhã que estou a pensar, a rir e ao mesmo tempo a discordar comigo própria.
Como me engano com alguns pensamentos que parecem reais, só que são pura ilusão. Fazem-me acreditar que para lá chegar é só ir com força, sim, a força do pensamento. Como se pudesse materializa-los e aconchegá-los no colo, como se fossem intenção do coração.
Não o são... Então porque os alimento? Porque Deus mos mostrou? Para os poder escolher?
Para tanta coisa, quero resposta, mas não quero, não aguento...
Quem és tu para quereres?
Quem és?
Não sei...
Só sei que não sou a voz do silêncio...
Sou a ressonância do meu próprio eco...
Sou mais livre que a ilusão...
Sou um rasgo imperfeito de um coração que se teima em moldar...
Para se sentir crescer...
Admirar a beleza e ir...
Regressar a si...
E recolher-se...
Tenho estado aqui a recordar velhos filmes, cenas que me fizeram sorrir e chorar...
Sinto-me estranha com tanta situação a mudar, com faíscas que se atenuam e nunca chegam a lançarem-se.
Estou à beira de um ataque de nervos, como diria o Almodôvar!
Só que perdi os nervos e enterrei-me no meu próprio lodo azul...
Há dias que nasce em mim uma indecisão de permanecer ou correr por aí...
Preciso das memorias do passado, para me sentir, para existir aqui...
Sentir um percurso atribulado, mas iluminado de saberes e dissabores que violentei ao longo de retratos de vida...
Hoje poderia contar uma história de amor...
Reencontrei-me com o passado, com o presente...
Abri e li histórias que não eram minhas, mas que acabavam por sê-lo.
Senti a luz de cada raio de pintura, de cada arte que me envolvia, dentro de mim crescia a curiosidade de amar a vida.
Reconheci-me por dentro...
Vou chorar... Já volto...
Tive a ilusão durante anos, que ninguém me compreendia, percebia... Mera ilusão, não era única, vinha com um traçado, meio iluminado, para me poder encontrar um dia espelhada num meio de recordações.
Não era única, não sou única... Sou o que sou...
Um pequeno fado de Coimbra, uma pequena peça de Limoge, closoné, madeira talhada à mão, um livro sublinhado à minha maneira, mas que nunca me pertenceu. Marcado por setas, rabiscos, e letras esvaídas na penumbra de um dia eu ter sido assim.
Agora que faço?
Agarro cada recordação como se tivesse sido vivida aqui, abraço a compreensão da vida e parto com a alma repleta de amor...
Esqueci que sou daqui e que continuo, porque tinha que continuar...
Num dia inesperado, abri o coração e fui... Cada pedaço era intenso é como se tivesse pertencido a uma mãe que tive um dia...
Pela primeira vez fui...
Entreguei-me à sensação de ser assim...
Sentir o pulsar do meu próprio coração, olhar o céu e sentir uma estrela de luz...
Acabei à pouco de meditar.
Senti que tinha recomeçado uma nova etapa na minha vida.
Deixei-me cair num precipício sem fundo, uma energia que já não me pertencia. Estava tão contente que me senti a subir apressadamente pelo arco-íris fora. Até fui levada por umas mãos doces e gigantes que me levantaram e abraçaram com tanto amor.
Desatei a chorar de comoção, porque me disseste que realmente te embalei e te aconcheguei naquele momento. Ao sentires esse embalar pudeste perceber que a minha transformação era real, um real do céu. Só na maior subtileza das subtilezas é que se sente.
Para não restarem duvidas fizeste-me regressar aos momentos que vivenciei.
A seguir começaste a dar-me informações e mais informações.
Sentei-me a ouvir musica. As musicas vinham como em flashes, as palavras em catadupa e mandavas escrevê-las tal e qual as sentia.
Cumpri tudo. Pelo menos assim me pareceu.
Depois de tanto começou a renascer em mim uma vida, uma alegria enorme. Os meus lábios sorriam suavemente e por entre esses momentos, lágrimas me inundavam os olhos. Percebi que me estava a emocionar... Percebi que o céu tem uma beleza e uma vida tão própria. Que senti-lo aqui na terra é a maior experiência que se pode ter. Propuseste-me manter essa vibração, essa sensação aqui.
A cada momento do meu dia, a cada respiração.
A cada sentir, sentitr-te-ei a ti.
Obrigada por me deixares subir tantas vezes e trazer-te na minha recordação.
Porque estas lembranças são de uma vida onde me encontrei e combinei voltar a vivenciar, com o intuito de reforçar a minha tomada de posição, a minha escolha.
Despedi-me e percebi que te tinha escolhido mesmo... Não só de boca nem de coração... Sabes porquê?
Porque te senti fundir em mim, pela primeira vez, senti o calor dessa fusão.
Sem cor... Às vezes e o depois nasce em catadupa, renascendo na maior luz que me leva à cegueira total humana, a cor está intrinsecamente dentro de mim...
Como sonho tão acordada... Vale a pena ter tudo e não ter nada...
No natal passado recebi a grande alegria inesperada de um remetente fabuloso " O Céu".
Mostrou-me a imagem mais bela, mais luminosa que eu podia ter visto, fechei os olhos para ter a certeza que não estava a boicotar aquela visão.
Era tão real, tão forte que me senti estremecer com tanta luz, com tanto calor. As suas mãos alcançavam o inalcançável que um livro pode ter.
Num espaço sem espaço flutuava pelo universo sem asas, mas com palavras que se tornavam notas musicais, que entrelaçavam em circuitos de amor.
Não sei porque escrevo hoje este texto, mas recebi ainda há pouco esta imagem, esta informação: - Relata novamente! Nunca te esqueças que és tu que escolhes as grandes lembranças e se elas te trazem luz, chama-as para que se fortaleçam neste universo de palavras.
Neste momento rendo-me a cada palavra, a cada pensamento... Deixo-me ir, porque sempre que resisti adoeci. - Quem sou eu para duvidar dos pensamentos que me fazes chegar tão nítidos ao coração?
Esta semana os meus amigos aqueceram demasiadamente o meu coração, esse calorzinho brilhante fez-me dar ainda mais valor às palavras, que usava em momentos relâmpago de auto-destruição. Auto-destruía, negando o óbvio, O que é óbvio para o céu azul, será reflexo nesta terra tão luminosa. Vejo-a assim, apesar da conjuntura politica e económica em que nos encontramos, sou feliz dentro do respeito interior que sinto.
Nunca gostei de obedecer, obedecia forçadamente.
Hoje percebi que para te ouvir e sentir, te respeito e obedeço porque sei que me trazes uma mensagem para mim. Pois é, assim como me trouxeste há um ano atrás a mensagem para o livro da Olinda Cris. Neste momento não me sai a imagem que me estás a mostrar, colocas o dedo, a mão no titulo e aconchegas o livro ao teu coração, como num abraço paternal, maternal, como num abraço tão forte de Jesus.
Sou tão feliz por te sentir, e mais feliz porque o teu colo é tão aconchegante.
No teu colo estou a sentir e a ver a imensidão da tua luz.
Porque aceito o meu compromisso, aqui deixo tanto de mim...
Obrigada por me teres mostrado o quadro mais belo da Olinda Cris...
O livro com olhos a observar a imensidão do mar e do céu...
Sem cor... Porque a cor alcança-se com a paleta do céu... Onde se misturam e abraçam sensações de sol...
Ultrapassei as 7.000 visualizações e estou feliz...
Só quero deixar aqui umas palavras doces, da doçura que sinto e me impermeabiliza o coração.
Não foi fácil manter este blogue, não foi difícil, só que às vezes dentro de nós existem razoes que o próprio coração desconhece. São essas razões inexplicáveis que muitas vezes atrapalham as nossas mais profundas emoções.
Sou assim um pouco instável, ou muito, depende de tanto...
Não sei do que depende, mas de uma coisa tenho a certeza que são estas visitas que me ajudam a continuar e a esquecer os medos e máscaras que me impediam até de começar.
Por todas estas visitas à minha casa colorida, cheia de escrita e musica, cheia de tristezas e alegrias, cheia de pedaços de mim, que só me resta convidar-vos a continuar, a animar o meu coração e até a escrever. Comentando e aumentando a troca de experiências.
Cada vez sinto mais que precisamos de comunicar e trocar o que de facto somos sem mais nada, nós.
O meu blogue é uma sombra do que sou mas o caminho para o real que procuro aqui.
Acordei e não me levantei não consegui.
Era mesmo para descansar e o mais importante escolher.
O caminho mais seguro para me entreter com a luz. Além disso poder brincar com ela ousadamente.
Ontem foi dia de meditação... A aula estava com a magia que um lugar daqueles tem, principalmente quando nos juntamos e meditamos em conjunto.
Notei mal me sentei que ía ser uma meditação profunda, como todas elas são, mas com toque muito especial.
Estava sentada e claro como muitas vezes me acontece perdi-me, quando recuperei ouvi o som mágico que vinha naquelas palavras ditas com tanta doçura, com toda a experiência de quem as dita. Comecei a perceber que nos deixamos guiar quando chega o nosso momento. O meu vai chegando aos poucos e com solavancos que me agitam e me deixam continuar.
Várias vezes achei que aquela era a mais forte de todas, todas são fortes depende do nosso estado. O estar aqui a relatar uma experiência significa apenas uma vivência minha. O mais interessante é que acaba por não ser só minha.
Somos um pequenino grupo de alunos que nunca faltamos ás aulas, e o mais interessante partilhamos as nossas experiências rimos, choramos, somos assim...
Cada vez que uma aula termina olhamos uns para os outros e rimos de satisfação por termos crescido mais um bocadinho. Cada passinho é mais leve, mais belo, mais profundo.
Não comparamos nada, porque não há nada para comparar, existem momentos, caminhos, que se cruzam ou afastam dependendo das nossas escolhas.
Ali sinto-me ser eu própria, aquela criança viva, que a cada palavra da professora escuta e ri. Depois brinca com a sua imaginação como se fosse um jogo de crescer. E é... Agora cresço de outra forma, cresço internamente, torno-me mais vulnerável mais sensível e mais essencial. A minha essência ali fica toda colorida, fica não, ela já é, só que consigo senti-la melhor.E dou por mim a sentir-me feliz por estar aqui a vivenciar e a saborear cada pedaçinho de vida, da minha vida que tanto menosprezava.
Obrigada por seres assim...
Por estares aqui...
A ensinar o que tanto esqueço...
Por tudo isto e muito mais te agradeço...
Devia iniciar.
Vou mesmo iniciar.
Não estou em perfeitas condições.
O que são perfeitas?
O que são condições?
O que são sei bem.
São fugas construídas propositadamente.
Não vale a pena ter pena.
Não vou arrastar-me.
Se me arrastar arrasto.
Vou mesmo dar o primeiro passo para ir.
Vou deixar um rasto de lágrimas.
Que importa...
Sonho com o mar.
Sou uma sonhadora de emoções fortes.
Deixo-as ir e vem o feedback de ser.
Ai!
Sinto-me tão triste!
Que bom que é sentir a tristeza.
Acreditas?
Mais ou menos.
Estava aqui sentada a pensar: - Que saudades me veem hoje dos tempos passados...
Nasce uma nostalgia rara, que se apodera de mim. Nestas alturas não sei se estou deprimida ou se é mesmo assim que a saudade se manifesta dentro de mim.
Agarro ao canto do olho lágrimas fugidias e reparo que hoje se choro do passado, é porque sinto um vazio desses tempos. Tinha amizades, tinha loucuras que nunca ficaram perdidas, apenas as recalquei. Porque se cresce e tem-se uma postura completamente diferente, mais séria, mais cuidada, mais menos eu.
Não estou feliz, não estou. Hoje sinto-me muito triste, estranha, pálida e sem forças para ir.
Se me perguntassem porquê? responderia prontamente: Não sei! Não sei mesmo...
Perdi-te porque optei por isso. Eras o homem da minha vida, eras mas quis que partisses... Sabia que nunca iria ser feliz assim. Hoje não sei se sou feliz, mas continuo aqui estacionada no tempo, recordando o que o passado me poderia ter dado.
Tive ofertas de vidas que julgaria fabulosas e deixei ir. Intuições que me surgiam e me deixavam à deriva...
Sempre fui... Fui embora e quando voltei estive em amargura plena e sem sofrimento.
Se algum dia eu compreender o que de facto se apresenta dentro de mim, vou dar-me por muito feliz.
Tenho encontrado labirintos tão bonitos com saídas tão fáceis e nunca me sinto pronta para entrar. Não quero ir... Tenho um não quero muito forte, muitas vezes ajudou-me tanto, tanto, tanto... Que se hoje estou aqui é porque sempre respeitei esses pensamentos, pressentimentos, ou sei lá como chamar.
Sempre me disseram que faz bem estar triste, é como se aliviasse e voltasse a encaixar em mim.
Esta é a parte que não quero encaixar...
Reparo que escrevo ultimamente não quero, muitas vezes.
Sei que não mando nada, mas depois de tantas certezas e incertezas continuo igual, a achar. Acho de mais, e acabo por perder. Aliás se nunca acho nunca perco.
Bem vou-me embora. Acho que é melhor mesmo. Não quero permanecer neste conflito sem remédio...
Vou trabalhar, vou trabalhar-me e já volto.
Hoje tive que sair. Estava destinado assim.
Com a greve de comboios tinha que sair de casa mais cedo. Passeei por cascais e lá parti rumo a Oeiras.
Vivi tantos anos em Oeiras, que já sinto saudades desses tempos. Ultimamente costumo passear e ir lá muitas vezes. Como tinha tempo, fui até à praia e passeei por ali, admirando cada momento da paisagem.
Sempre gostei do mar... Sempre me senti bem ali... e por isso agradeci ao céu ter-me dado tempo, para ter tempo de reviver os meus tempos passados.
Levei a minha máquina e desde a estação fui fotografando cada momento que achava interessante. Achei quase todos... Eram todos momentos especiais.
As pessoas paravam e olhavam para mim, não percebiam bem o que fazia... Com a minha máquina semi-profissional, ficavam baralhadas. Será que está a espiar alguma coisa? E acertavam mesmo... Espiava as recordações que permanecem ainda hoje por ali...
Oeiras Respira luz... Calma...
Oeiras respira recordações e transformações...
Oeiras a loucura da mudança...
A transformação interna de tanto por onde passei.