segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Prece...




Quando era pequena imaginava as minhas orações
Como pequenas histórias feitas à minha medida
Uma medida imensa que me transportava para ali
Imaginava-me a crescer rápido
Para me ouvires mais nítida
Como se chegasse melhor ao céu
As minhas palavras pequeninas entoavam ali no azul puro e inocente...
Eternamente.
As minhas preces eram de paz e amor
Eram de poder passar sem estudar
Eram de te poder ter sempre comigo
Pedindo a felicidade que apenas merecia
Nunca suplicando o impossível.
Era de uma crença muito grande
A minha avó ensinou-me a amar-te
Ensinou-me a rezar pequenas orações que ainda hoje guardo
Mas não chegou
Nunca chegou
Sempre fui uma eterna insatisfeita
Procurando a perfeição
Para que me pudesses aceitar como era...
Nunca me penitenciei por nada...
Nunca me perdoei
Porque nunca me vi fazer nada intencionalmente para te atingir
Apenas me atingia a mim...
Talvez fosse e seja igual...
A minha pequena honestidade trouxe-me até aqui
Porque sempre que posso falo contigo
Vejo-te em cada recanto...
De olhos abertos
De olhos fechados
Pouco importa
Estás aqui...
Aqui... Agora podes escutar-me melhor...
Só te peço que me protejas nessa tua bolha de luz...
Porque às vezes parece que cego
Vejo um pouco de escuro e corro para lá...
São emoções bloqueadas
Dias e noites indesejada
Porque o ego me perturbou
Sempre achou...
Hoje mando-o calar...
Ou que vá passear por outras terras...
Porque eu habito lá em cima...
Estou aqui de passagem...
Preciso aprender a crescer...
Para mais tarde saber...
Que dedicar-te palavras não é preciso...
Escutas-me melhor quando falo contigo...
Pelo coração...
Que bom que é sentir-te...
Tens me demonstrado tanto...
Tanto...
Que nem me contenho em tanta abundância...
Sabes como uma macieira cheia de maçãs...
Em que para me saciar só preciso de uma...
E fico sentada de baixo dela
Na sua sombra a contemplar a tua beleza.


Às vezes sentia-me assim... 
Nada disto correspondia à minha realidade exterior, mas internamente sentia-me assim...






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