segunda-feira, 25 de julho de 2011

Ali

Há muito que tinha apaziguado um sentimento profundo, de ser um pedaço de incerteza.
Reli momentos passados, reli textos nunca escritos, que ficaram em mim gravados.
Frases que se soltaram sem tempo, frases que sentiam o desejo de se libertarem.
Às vezes percorro as ruas, observo as pessoas, revejo-me naquelas sombras sem sol.
As pedras estão gastas de tanto serem pisadas, ao se sentirem observadas, choram por desprezo.
Sento-me num pequeno cantinho, sinto um momento único de solidão.
Oiço uma voz muito fina, muito meiga, muito subtil… Vem debaixo daquele chão…
Daquele momento que sem razão de existir me conduziu para ali. A minha intuição quis afastar-me dali, mas não a segui. Se bem que no fundo do meu esconderijo existe um momento único do ser.
Continuas igual!
Isso é pura ilusão, estás no meio da natureza não daquela que sonhaste, mas daquela que escolheste. Foste tu e só tu…
Fechei os olhos… Relaxei…
Sorri!
Não tenho ninguém para culpar, não tenho medo de estar aqui, só sei que estes rasgos de saudade, me fazem muito mais feliz.
De repente constrói-se uma ponte, onde se escondem carros que pararam mesmo ali.
Não existe mais ninguém, a não ser a minha intuição e o meu segredo de existir.
Abro os braços, limpo as lágrimas e num pequeno momento, sinto o meu corpo adormecer. Deixar de ser para depois o vestir de encanto e sabedoria, aquela que não vem de mim.
Porque lá em cima, brilham estrelas, flutuam cometas, que me ajudam a seguir a luz.

14/03/2011

21H 55m

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