Sim
Um sonho de amor
Um sonho de ilusão
Um grito que reflecte um sorriso
Uma lágrima que trás um rasto de dor
Um viver sem esperança
Sem querer sofrer tudo isto nada me diz
É utópico
É absurdo
Querer encarar a realidade e fugir dela
Ter uma vida sem viver
É um sol que um dia se envergonhou de mostrar o seu brilho
O seu sorrir
Quando a noite se transforma em solidão
Chego a pensar que vou morrer
Sinto um rasto de perseguição
Que me ignora
Que me faz correr no sem fim do tempo
Ás vezes a noite é um abismo de sonhos
Que se tornam pesadelos
Que vão afectar a mente
Esta que deixou de pensar
Para dar ouvidos àquilo que não se vê
Uma sombra que ri calada
Que quase não diz nada
Mas fala do temor do vento
No temor do medo
Ás vezes uma traição do rir
Influencia o sofrer
Que faz de mim um ser
Que apenas existe
Nos cúmulos do fim.
21 de Maio 1984
15h 58m
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