segunda-feira, 25 de julho de 2011

Um barco



Um barco

Um mar

Agita-se levemente

Quando o vento sopra

No fundo desse mar

Vê-se um tesouro.

Quem o terá deixado ali?

Terá sido perdido?

O que terá dentro?

Alguém o conseguirá abrir?

Qual a chave?

Onde estará escondida?

O barco continua o seu rumo

O vento continua agitado

Deixando uma brisa leve

Mergulho

Entro nas ondas frias

Gelam-me os membros

Como num sonho

Deixo-me ir ao fundo

Que fundo?

O do mar

Ou o teu?

Paro sinto uma sensação diferente

Como se percorresse o corpo

Me aquecesse e ao mesmo tempo

Me guiasse

Agarro aquela caixa

Encosto-a a mim

Abraço-a

Como se me pertencesse

Como se já a tivesse perdido.

O medo de não conseguir

Começa a dominar-me

Tremo de frio

Tremo de emoção

Tremo porque me descontrolei

Entraves

Obstáculos cruzam-se no caminho

Sinto-me presa no lodo

Coloco os meus pés no fundo

Do mar

Fico presa

Olho lá para cima

Sinto a energia que me envolve e me domina

O tesouro começa a mover-se

A abrir-se

Sem chave?

Grito indignada

Eis que uma luz

Se apodera de nós

Aquece poro a poro

Ilumina o meu corpo

A minha alma

Sinto-me repleta de amor

Como uma vela que se acende

E fica para sempre guardada

Na memória do nosso ser…

23/03/2011

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